Crise
Oposição acusa Maduro de coagir eleitores na Venezuela
Em meio à pouca participação da população, oposição dizem que presidente interfere no voto
Sob pressão internacional e acusações de opositores, Maduro busca sua reeleição (Foto: Reprodução Twitter)
Após boicotar a eleição presidencial deste domingo (20), a oposição venezuelana acusa o atual mandatário e candidato a reeleição Nicolás Maduro de pressionar os eleitores para que votem nele.
Segundo os dois opositores, o presidente utilizou o Carnê da Pátria para coagir a população e mostrar apoio nas urnas. O documento é usado pelo governo da Venezuela para dar acesso a serviços públicos e benefícios.
Durante a campanha, Maduro disse que depois da eleição pagaria um bônus a quem apresentasse o carnê antes da votação. Neste domingo, enquanto as urnas estiveram abertas, funcionários instalados sob toldos vermelhos escaneavam os carnês de quem se dirigia às urnas.
Conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os toldos usados pelo partido governista para monitorar a eleição, chamados de Pontos Vermelhos, deveria ficar a pelo menos 200 metros de distância dos Centros de Votação. A oposição, contudo, aponta que havia instalações muito próximas das urnas.
Henri Falcón, ex-chavista e apontado como preferido pela população em algumas pesquisas, e Javier Bertucci, pastor evangélico, acusam Maduro de utilizar os toldos para pressionar os eleitores.
Em coletiva, Falcón disse que a instalação dos Pontos Vermelhos foi usada pelo governo venezuelano “como mecanismo de pressão, como elemento de chantagem política e social a um setor da população de quem se pretende uma vez mais comprar a sua dignidade”.
Já Bertucci disse que, ao chegar para votar, os cidadãos eram questionados sobre a preferência e recebiam ofertas de dinheiro e comida caso registrassem o voto em Maduro.
O presidente minimizou as acusações. Segundo ele, “há 34 mil mesas de votação, 14 mil centros eleitorais. Sempre há algum desentendimento, algum probleminha em alguma mesa”.
EUA não reconhece
Ainda antes da votação iniciar na Venezuela, o governo dos Estados Unidos se manifestou afirmando não reconhecer o resultado que sair das urnas após este domingo. Pelo Twitter, o secretário de Estado Mike Pompeo disse: “A farsa das eleições não muda nada. Precisamos que o povo venezuelano controle este país… uma nação com muito a oferecer ao mundo”.
Nos últimos meses os Estados Unidos têm aplicado sanções econômicas a funcionários do governo venezuelano – incluindo Nicolás Maduro – por considerarem que o país comete abusos contra os direitos humanos, além de minar a democracia e permitir a corrupção.
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